tu ressoando em cada pulsação e extravasamento nas minhas noites solitárias e manuais em pensamento (considerar depois)
adepto a uma desconsideração prática simplesmente procuro ilusões memoriais e uma bebida barata, um refrigerante na promoção, quente
ainda falta considerar minha mania de enxugar primeiro a cabeça e depois as costas, de ensaboar primeiro o peito após os braços... Por que minha mania de pisar com o pé direito ao sair de casa e saindo do portão de costas?
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ressoando na minha cabeça tua imagem corpórea e me toco com as mãos sentindo tua possibilidade de estares a me tocar e engolir-me por completo e de sugar-me infinitamente sem receios
desconsidero praticamente tudo o que ilusoriamente se faz presente na minha memória e rejeito toda bebida barata e quente e de promoção, prefiro que me engane o supermercado ao me dizer que determinada bebida seja a melhor, ainda que seja o contrário
não tomo banho há um mês, todos dias entro no banheiro, abro o chuveiro para sentir a queda da água, depois do que finjo me enxugar, gravo isso na câmera; gravo também os passos simétricos que produzo ao ir para a estação de trem a caminho da faculdade; gravo todas essas pessoas andantes de olhar vazio e bocas semiabertas desejosas de um ar mais quente e venenoso
então toca o sinal indicador da estação na qual devo parar meu trajeto férreo e por descuido me lançar a uma via cansativa de asfalto e passarela e sinais e esbarrões que me roubam a alma de que piedosamente cuido todos os domingos
o descuido causador de quedas multíplices a que por fúria desmedida se sujeita - ridícula frase
ridículo texto - desconsidera o que leste até aqui
Percebo que tem algo a ver com o poema do Fernando Pessoa, apresentado na última aula. De qualquer modo, é excelente.
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