sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Profunda

A aflição do papel de bala de morango preso na garganta. Engasga, toce, sufoca, não morreu a garganta coçante, agitada e vermelha. Ainda não parou de entrar ar nesse tubo, cano humano de ligações interiores por onde passam elementos de espécie variada, desde a água barrenta para matar a sede desgraçada da sua condição de miserável, até o líquido seminal para matar o desejo primordial do coito animalesco. Uso oral burocrático.
Não era papel de bala; mas um pedaço da camisinha sabor de frutas que foi arrancado em um ato, não de amor ou de vontade, mas de selvageria.
Quis engolir.
Ficou o pedaço de plástico gozado na garganta.


Gabriel Sant’Ana (novembro/2011)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Absurdo

- E se não houver uma vida além? E se eu me matasse agora? Não. Não sei o que quero... Se não sabendo o que quero, sei alguma coisa; e sabendo alguma coisa, não sei nada. O que fazer?
- Você deveria procurar um psicólogo.
- Mas o que é esse dever procurar um psicólogo? Por que as pessoas sempre devem fazer alguma coisa? É isso realmente a sua opinião ou é aquilo que você costuma ouvir na televisão e de ler nos jornais?
- Bem, se alguém está com problemas desse tipo, o aconselhável é a procura a uma pessoa especializada e competente que possa ajudá-lo. É o que aprendemos desde a infância. Para sermos educados, vamos à escola, onde há os professores. Se estamos com dor de cabeça, febre, procuramos um médico.
- Sim, para cada assunto, para cada necessidade, há um tipo de solução, que nos ensinaram.
- Por que não procura um padre?
- Quanto tempo não vou à igreja... Por que deveria procurar um padre?
- Ele o ajudaria a entender sobre as questões espirituais. Pelo jeito, você está precisando.
- Quer saber? Não preciso de nada disso. Tais remédios que me propõe são ilusórios, irão servir de alucinógenos: hoje fazem com que não me sinta mal; amanhã estarei muito pior e dependente.
- Não fale isso. Você está passando por um momento difícil, e não quer aceitar o que está acontecendo com você.
- Não. É interessante como seu discurso é tão pretensioso. Quero parar de ser aquilo que desejam de mim, aquilo que tentam me formar. Não. Estou cansado de tantas enganações, de tantas mentiras. Querem vários fiéis, um rebanho, ovelhas. Você irá dizer que vivo nesta sociedade e que é impossível sair desta teia. Reconheço ser tão complicado livrar-me dessas pressões sociais, desse bombardeio de formas de dever ser. Essa minha indisposição, essa minha revolta, é comum também; é uma disposição de espírito criada por essa sociedade... Até onde nossos sentimentos serão sociais? Existe alguma individualidade nisso tudo? Amigo, já está tarde; desculpe tê-lo atormentado.
- Que isso! Volte sempre que desejar.
- Até mais.
Mal o primeiro sai, ouve-se um tiro vindo de dentro da casa.

Gabriel Sant'Ana
(09/01/2010)

Cuidado! Piso molhado!

Entrar em um shopping, andar um pouco, olhar as lojas, procurar algumas promoções, folhear os Best Sellers, depois de alguns minutos comer um Big Mac, comprar uma casquinha de baunilha, um brinquedo ao afilhado, entrar naquela loja americana e ficar mais de uma hora na fila por causa de três barras de chocolate, talvez comprar um anel de ouro, isso talvez seja uma vontade, imaginação, a esposa lhe pede que entre no mercado para comprar algumas coisinhas, que são mais de um carrinho cheio, abarrotado, as crianças querem aqueles biscoitinhos amarelos cheios de vitaminas, mais os iogurtes, talvez ainda dê tempo de chegar a casa e assistir ao filme.
Mas, se ao perambular no shopping, seja quando entrou ou durante esse magnífico passeio, nos deparamos com uma sujeirinha no chão, um papel de bala, um copo de refrigerante entornado, verdadeira poça que fará as criancinhas rebeldes e soltas escorregarem ou alguns idosos quebrarem a bacia ou o joelho, aquele pensamento digno e responsável vem à mente, onde está quem limpe isso?
Existem seres que só aparecem, só existem de fato, só se tornam evidentes em momentos específicos. Por que uma pessoa iria se importar com um faxineiro? Por que ela se daria conta de sua falta? Por muito tempo uma pessoa tem a leve impressão de que um ser de outro mundo faz com que os lugares fiquem limpos, impecáveis. Duendes, gnomos, fadas.
Maurício recebeu a chamada no rádio, deveria ir ao segundo andar do shopping, alguém tinha vomitado no chão. É tão fácil escarrar no chão, vomitar, derrubar coisas... Sempre limpam o que você sujou, sempre consertam o que você quebrou. E o que se ganha com todo esse serviço de merda? Nada. Ganham-se muitas vezes reclamações pela demora, por estar no meio do caminho. De que servia aquele crachá idiota? Pegou a vassoura com o pano molhado e limpou. Como manda a administração, pôs as placas avisando que o piso estava molhado. Ninguém viu que ele havia limpado o piso. Por isso a necessidade daquelas placas em todos os shoppings. Terminou seu domingo como todos os outros, esperando angustiantemente pela segunda-feira, entraria às 18h, iria ao médico tratar daquela tosse irritante, já haviam reclamado de uma tosse demoníaca, conseguiu aquele horário porque iria ao hospital público, que não é perto de onde mora, mas no Centro da Cidade, Hospital dos Servidores do Estado, teria que chegar às 4h para talvez conseguir um encaixe.
Não conseguiu se consultar, o pneumologista estava de licença, os marcados foram remarcados, os que tentaram encaixe que viessem daqui a dois meses. Foi para a Central pegar o trem parador. Chegou ao shopping faltando vinte minutos. Subiu as escadas para ir à saleta da “limpeza”. Bateu o ponto. Desceu as escadas. O elevador era para os clientes do shopping. Foi varrer a entrada. O ar condicionado estava acabando com seus pulmões, os cheiros das lojas estavam aumentando seu sofrimento, os lixos que recolhia para levar ao galpão estavam dilacerando-o.
Trabalhava na área de limpeza há sete anos. Começara como ajudante em um colégio perto de casa. No colégio onde estudara. Conseguiu aquele emprego por causa do tio, que era da cantina. Não saiu da oitava série (hoje nono ano). Desistiu por completo de estudar. Era muito sacrifício, muita loucura ficar decorando fórmulas, regras para passar em provas. Aonde o estudo o levaria? Queria viver, ganhar seu dinheiro para sair aos fins de semana, pegar as meninas.
Adora cinema, seriados. Serial killers. Existem várias formas, maneiras de se matar alguém. Não perderia tempo estudando medicina, de que adianta saber os nomes dos músculos, ossos, veias, se o que importa mesmo é o sofrimento da vítima? Aquele shopping, aquelas pessoas, aquela situação, aquele ar condicionado, aquele médico, aquele trem, aquela sua casa, aqueles seus parentes, seus vizinhos.
Com muito custo conseguiu comprar um MP3, na Uruguaiana, estava um preço barato. Era estranho ele gostar daquela música, Badinerie. Leve, rápida, não como aqueles pagodes melosos, grudentos, ou aquelas batidas fortes, ensurdecedoras, que lhe agravavam a angústia. Mas ela acabava muito rápido. Não se lembrava de como tinha gravado. Talvez tenha vindo de fábrica mesmo. Ouvia muitas rádios, principalmente para se informar, morava longe e, normalmente, escutava alguma notícia de sua terra, algum trem que havia descarrilado, tais incidentes. Não poderia ficar com um MP3 ao ouvido, as normas. Mas ficava com apenas um dos fones.
Não havia fim para toda aquela sujidade. Era sempre a mesma repetição, os mesmos movimentos, pega a vassoura, encharca no balde, espreme, passa no chão, encharca novamente, esfrega ainda mais com a vassoura, põe as placas de aviso. Eram sempre os mesmos números de passos, a mesma hora de almoço, que não era almoço algum, mas um pequeno lanche que trazia de casa, bebia água de um bebedouro que ficava em um canto, aonde só poderiam ir funcionários, quase ninguém ia até lá, tinham como comprar comida melhor.
Muitas vezes sentia arrependimento por não ter se esforçado e ter se entregado à preguiça, à facilidade. Muitas vezes olhava aquelas pessoas bem arrumadas, famílias inteiras comendo, comprando, desfrutando um prazer que lhe era vedado. Não tinha muitos amigos naquele shopping. Conversava com um ou outro; saía muitas vezes com três rapazes mais novos de uma loja de roupas para beber. Nada mais do que isso.
Terça-feira. É preciso de fato eliminar por completo todas as sujeiras desse mundo imundo e podre. Aquele dilúvio deveria se repetir. Mas com água e fogo. Há em algum lugar escrito que toda sujeira será condenada. Começa a entender que a sujeira não é aquilo que se limpa ou que está em determinado lugar contrastando com sua natureza, maculando-a, mas seus produtores.
Começou a analisar cada uma das pessoas daquele lugar. Maneiras de se vestirem, hábitos alimentares, o que compravam. Mas principalmente o que produziam. Seus lixos. Aquela sua rotina imunda se tornou aos poucos muito valiosa. Cada papel picotado, cada nota fiscal, cada resto de comida, cada papel higiênico sujo, cada vômito no chão, cada objeto perdido era um verdadeiro capital. Passou a tomar notas em um bloquinho que comprara no trem, vinha junto uma caneta, foi somente um real. Interessante como tudo era muito igual, uma mesma e única coisa. Podiam ser lixos diferenciados, nota fiscal da compra de uma calça jeans ou uma barra de chocolate, um papel picotado que fora um bilhete de amor, mas que não adiantara, pois a namorada não quis reatar o relacionamento, uma página rasgada de um livro, pois não agradou ao leitor, os papéis higiênicos contêm o mesmo traço, não há diferenças enormes, assim os restos de comidas e os objetos perdidos.
Se não há diferença entre os lixos não haverá diferença entre os seus produtores. É tudo uma questão de observação. Muitos querem marcas pessoais, querem se destacar pelo que vestem ou fazem, mas todos são iguais. Consegue ver isso porque não é percebido pelas pessoas nem visível a elas.
Mas há uma pequena distinção. Não são todos iguais. Os que querem se destacar daqueles que são colocados na invisibilidade são mais lixos que estes. Aquele moleque sujo que mora na rua, aquela faxineira que é desprezada pelo patrão, aquele lixeiro que respira todos os dias seus lixos, eu, não somos mais do que lixos ordinários. Os extraordinários é que são o alvo da limpeza. Eles clamam todos os dias por serem exterminados, jogados fora. Com suas roupas de marca, seus tênis, relógios, computadores novíssimos, seus carros do ano, seus cursos de inglês, espanhol, o diabo, sua pós-graduação, suas viagens a negócio, suas casas de praia, todas essas facilidades que me foram negadas.
Uma mulher, com seus vinte e cinco anos, bem arrumada, calça e blusa da Guess, um tênis All Star, cheirosa, um perfume do Boticário, olhos e cabelos castanhos, lisos, acabou de sair do salão, nas mãos um sundae de chocolate, aproxima-se dele. Senhor, onde fica o banheiro? Vira-se para ela, admirado por alguém ter lhe dirigido a palavra. Venha comigo. Você deu sorte, menina, estou indo para lá. Ela o seguiu. É nessa direção mesmo? Quer saber mais do que eu, que trabalho aqui há anos? Desculpa. Ele a leva a um lugar aonde só vão os funcionários, mas quase ninguém vai para aqueles cantos. Ali há uma porta, que é um banheiro. É aí o banheiro. Mas isso não está certo, o senhor me trouxe para um lugar fora do shopping. Nós continuamos nele. Foi se aproximando dela, aquele cheiro de mulher nova, talvez ainda virgem, com perfume, deixava-o. Você é muito bonita... atraente... E vai tocando seu rosto. Pare com isso... vou gritar! Você não vai gritar. Quem é você? Sou quem você nunca deveria ter dirigido a palavra! Desabotoa a calça, tira sua blusa. E sem gritos! Enfia em sua boca alguns papéis que acaba de tirar do bolso. Notas fiscais que ficaram da limpeza do dia passado.
Agora devo dar um fim em você. Como tudo o que está aí, você é mais uma coisa, um resto, um lixo. Tira-lhe os olhos. A vida foi muito bela para você; de que adianta agora continuar a enxergar esse mundo de podridão? Duas bolas de gude para o cachorro do vizinho! Ela não gritava, pois ele tinha entupido sua boca ainda mais, com papéis higiênicos da limpeza passada. Esse corpo tão belo poderia ter sido melhor aproveitado, mas você escolheu vesti-lo com esse lixo de roupas caras, perfumes caros... Nunca lhe passou pela cabeça quantas pessoas se tornam nada trabalhando na confecção dessas roupas para que vocês sejam ilustres pessoas bem vestidas? Quantas vezes você já jogou esse corpinho no lixo, dando ele para seu namoradinho safado, nojento, que transa com mulheres mais imundas que você? Havia um saco preto de lixo naquele banheiro. Ensacou o corpo e o colocou dentro do carrinho do lixo.
O lugar onde se colocavam os lixos ficava do outro lado e era necessário passar por dentro do shopping para chegar. Limpou as mãos e o rosto rapidamente, algumas manchas de sangue ficaram na roupa e na bota. Quem perceberia? O celular da garota ele tinha martelado repetidas vezes. Destruído. Iria vender aqueles restos na feira de sábado. Deveria valer alguma mixaria. Foi andando calmamente pelo corredor cheio de clientes. Os seguranças nada notaram. Apesar do mau cheiro. Despejou o saco naquele monte de sacos, daqui a meia hora viria o caminhão buscar aquilo tudo.
A semana transcorreu de costume. No domingo, antecedendo o Natal, shopping lotado, famílias fazendo as compras, era normal que crianças se perdessem dos pais, umas sensação de liberdade não estar de mãos dadas, ir aonde bem entendesse. Moço, me ajuda... me perdi dos meus pais e dos meus primos. Estava com o rosto coberto de lágrimas, suando, tinha corrido demais, o pai estava em uma loja de roupas, ele quis sair, não vá muito longe, fique perto, na loja ao lado houve uma promoção relâmpago, pessoas correram para comprar o máximo que seus créditos lhes permitiam, não percebeu que estava sendo empurrada para mais longe da loja onde os pais estavam, foi parar no primeiro andar, estava no segundo. Sim, meu filhinho, não se preocupe, o tio vai ajudar você. Vem comigo. Que lugar é esse? Quantos anos você tem? Tenho nove anos. Como se chama? Jorge. Seus pais, quem são? Minha mãe morreu, estou com meu pai e a namorada dele... Sua mãe morreu de quê? Ah tio, deixa pra lá... Percebeu que aquele garotinho estava escondendo algo. Estavam em um outro canto do shopping. Havia dois cachorros acorrentados. Eles eram soltos no estacionamento quando o shopping era fechado. Você não é um garoto bonzinho, sabia que Papai Noel não gosta de crianças desobedientes, mentirosas e malvadas? Papai Noel não existe! É verdade... Mas você já ouviu falar do Homem do Saco? Quem? Vem aqui, Jorginho... vem conhecer o Ralph e o Boby... Eles estão com raiva, moço? Estão com fome; chega mais perto, não fique com medo. Tomou uma corda e amarrou Jorginho. Para ele não gritar, colou com fita adesiva sua boca. Pegou os cachorros pela corrente. Os olhinhos de Jorginho se esbugalharam de pavor. Se você nunca ouviu falar, eu sou o Homem do Saco! Percebi que você tem um ar muito mau... você deve ter feito alguma coisa muito feia, moleque idiota e mimado! Deu três chutes na barriga dele e dois pisões no seu rosto. Come, meninos! Anda! Os cachorros estraçalharam o garoto. Ficaram saciados. Ele os prendeu novamente. Ficaram alguns restos de perna, braços, cabeça. Ensacou tudo no saco de lixo. Coisa engraçada, uma criança desse tamanho com ares de adulto, devia ter algum problema... Hoje em dia essas crianças não são mais crianças, são verdadeiros monstrinhos... Era mesmo um lixinho de nada, um papel de chiclete... Colocou no carrinho e levou para o galpão.
Sentia um prazer diferente ao fazer essa limpeza. De início sentiu asco de si mesmo. Matar um semelhante? Está escrito que não se deve matar. Deve-se fazer justiça. E não são meus semelhantes. São desprezíveis, imundos por dentro, seus perfumes caros, os brilhos de suas joias, relógios, suas roupas bem passadas, seus cartões ilimitados, tudo exala um fedor repugnante, uma sujeira delicada, aparentemente limpa.
As dores nas costas pioraram, sua tosse ficou mais intensa, muitas vezes saía sangue. Não conseguiu se consultar. Seu superior já tinha lhe dado aviso. Daqui a duas semanas seria demitido. Quem se importava com sua saúde medíocre, com sua casa cheia de infiltrações, seu quarto desarrumado e pequeno, sua cama quebrada, o cheiro de mofo em toda a casa, que vivesse sozinho, a geladeira velha que pegou na rua, vazia, com leite azedo, algumas frutas mofadas, pão de forma embolorado. Odiava quando os outros o olhavam com pena. Ele não era coitadinho. Gente do seu tipo vivia muito tempo. Seu tio não morreu aos oitenta, vivendo também miseravelmemte?
Interessante como sentia essa vontade de limpar no shopping. Perto de sua casa havia gente rica, não riquíssima, mas melhores em condições que ele, mas não desejava se ver livre desses lixos, tinha a certeza de que os eliminaria no shopping, não essas pessoas em específico, mas parecidas a essas, iguais, lixo como sempre.
Só descartou aqueles dois. Não tivera tempo de fazer mais, pois foi demitido na segunda semana depois do Natal. Sentiu um pouco de arrependimento. Parece que não cumpriu com o dever. Não se deu por satisfeito. Iria procurar outro emprego. Daria um jeito naquela tosse miserável. Estavam abrindo um mercadinho perto de sua casa, conhecia o futuro dono, certamente lhe daria uma força.
Foi para casa. Sentou no sofá encardido, velho, algumas baratas roíam um farelo de biscoito cream cracker da noite passada. Estava comendo uma coxinha de galinha e bebendo um refresco de maracujá que tinha comprado no Amigão. Ligou a televisão para ver o noticiário. Estão desaparecidos Karla Jones, jornalista, 25 anos, e Jorge da Silva, de nove anos, seus familiares dizem que o último lugar em que estavam era o shopping. A Polícia está fazendo buscas. Qualquer informação, liguem para o Disque Denúncia, a sua identificação será mantida em sigilo. Quem se importa com isso? Coisa normal... isso acontece todos os dias... pessoas desaparecem sempre... que ideia... Desligou a televisão e se recostou no sofá para cochilar.

Gabriel Sant’Ana

Praça dos sobreviventes

Saindo do portão gradeado e alto da escola, há uma praça que fica em frente, a uns dois metros, de uma igreja que abre às seis da manhã, cu...