terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Do relógio faz-me angustiar cada minuto

Do relógio faz-me angustiar cada minuto,
Infinitas vezes tuas palavras releio na tela.
Ai, por que demoras, meu amado?

Amada, daqui três horas chego,
Estejas preparada.
Ai, meu amado, por que não chegas?

Às nuvens implorei
Aos sinais de trânsito
Às ruas, encruzilhadas
Que obstáculo algum houvesse
Nem distração.

(Mas meu próprio tempo
É que perco)

Ensandecida fui
Em tuas palavras confiar;
Me cativaram e me enlaçaram.
Ai, que não hás de chegar, meu amado...

Ecoam nos meus olhos tuas letras.
Me oprimo por meu corpo desejar
Das tuas mãos o toque,
(Ai, que não chegas...)
Da tua boca beijos e mordidas e doçuras,
Do teu corpo o peso.

Passou-se o tempo combinado.
A maquiagem desmancham as lágrimas.
Ai, amado...
Da vinda a promessa apenas ficou,
No teu esquecimento diluída.

Ai, amado, cheguem amanhã
Ao menos tuas desculpas
Em longos ou curtos períodos.

Cheguem amanhã, ai, amado,
Mesmo que mentirosas
Tuas palavras.


Gabriel Sant'Ana


Praça dos sobreviventes

Saindo do portão gradeado e alto da escola, há uma praça que fica em frente, a uns dois metros, de uma igreja que abre às seis da manhã, cu...