Infinitas
vezes tuas palavras releio na tela.
Ai,
por que demoras, meu amado?
Amada,
daqui três horas chego,
Estejas
preparada.
Ai,
meu amado, por que não chegas?
Às
nuvens implorei
Aos
sinais de trânsito
Às
ruas, encruzilhadas
Que
obstáculo algum houvesse
Nem
distração.
(Mas
meu próprio tempo
É
que perco)
Ensandecida
fui
Em
tuas palavras confiar;
Me
cativaram e me enlaçaram.
Ai,
que não hás de chegar, meu amado...
Ecoam
nos meus olhos tuas letras.
Me
oprimo por meu corpo desejar
Das
tuas mãos o toque,
(Ai,
que não chegas...)
Da
tua boca beijos e mordidas e doçuras,
Do
teu corpo o peso.
Passou-se
o tempo combinado.
A
maquiagem desmancham as lágrimas.
Ai,
amado...
Da
vinda a promessa apenas ficou,
No
teu esquecimento diluída.
Ai,
amado, cheguem amanhã
Ao
menos tuas desculpas
Em
longos ou curtos períodos.
Cheguem
amanhã, ai, amado,
Mesmo
que mentirosas
Tuas
palavras.
Gabriel Sant'Ana