sexta-feira, 11 de abril de 2014

passagem

Picadinhos de asa de frango acompanhados de garrafas de cerveja. Passam pessoas pela rua. Esquina que leva à sexta-feira. Virando essa esquina, chega-se a algum lugar conhecido de todos os que moram na Villa. Risos, gargalhadas, clima intenso de véspera de feriado. Buzinas do congestionamento da estrada principal animam o ambiente. Ao longe posso avistar um amigo de infância que há tempos não vejo. Chega mais! Senta aí, pega um copo e nos acompanhe! Pressa o quê!
Aperto caloroso de mãos esquecidas. Olhos encobertos de lembranças se entreolham desacreditados pela barba no rosto, pelo terno suado de trabalho cotidiano, pelo rosto que ainda carrega a marca de uma queda grave no futebol da rua.
Repetem constantes cervejas, constantes sonhos jogados à mesa de esquina. Já se confiam os olhos. Desabotoa a camisa. Afasta largamente as pernas.
Um vago clamor de ambulância assusta as pessoas. Comentam em cochichos apreensivos. Logo voltam ao habitual prazer dos copos gelados.


Gabriel

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