De todos os sonhos desejados, me saciei apenas com o da padaria, delícia de recheio.
De todas as felicidades esperadas, me encontrou apenas a alegria de um rápido trajeto de ônibus durante o qual comprei dois amendoins por dois reais. Fui mastigando cada amendoim sem casca enquanto via pessoas correndo a entrarem nos ônibus que paravam sempre fora dos pontos.
De qualquer vaga forma sempre se fica esperando, sempre se fica desejando, se fica sonhando...
Mas não. Basta de cordão-dos-puxa-sacos-cada-vez-aumenta-mais, basta de com-quem-será, basta de a-rua-inunda, basta de vou-comer-seu-bolo.
Rapidamente se corta o bolo sem um suspiro de mãos palmantes ou bocas cantantes. Colocam-se os pedaços no prato e se come. Somente saciar. Nada além disso.
Trajeto muito longo até cortar o bolo e distribui-lo. Diminuir isso tudo. Tão desnecessário que muitos nem se levantam para as palmas bater.
Gabriel Sant'Ana
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