segunda-feira, 16 de setembro de 2013

cena matinal

Respiro de modo breve e atento. É cedo. Ainda não despontou o sol com seu calor e luminosidade.

Já saem gentes de seus acalentadores buracos num ritmo raivoso, jogando sobre o corpo distenso do sono água fria despertadora, agressão sensorial de uma frieza invisível sempre permanente durante os primeiros segundos, mas ainda uma promessa futura de tornar relaxado o corpo batido pelo labor.

Entra no ônibus via baixada. Decadente cai sobre o espírito um ar que paira constantemente sobre as vias expressas e ferroviárias; constantemente perfurando limites urbano-corpóreos.

Fétido espírito embriagador de pele, sovaco, mãos, unhas, lábios, fumos perfumando em ritualístico movimento balouçante de ônibus e trem.


Gabriel Sant'Ana

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